Tradução: profissão em crise (1)

Esta é a primeira de várias postagens sobre a crise que está afetando nossa profissão (digo “nossa”, porque, aposentado ou não, continuo sendo tradutor). Espero que você goste e poste seu comentário, quer aqui, quer onde você viu o convite para ler esta postagem.

A MTPE (Machine Translation Post Edition, MTPE, ou em português Pós-edição de tradução automática) está levando nossa profissão a uma crise nunca vista antes e temos que lidar com esse fato com realismo. É isso que eu pretendo fazer aqui - talvez em mais de uma publicação. 

  1. Nada de negacionismo, por favor. Nada daquela bobagem de ah! na minha área não vai pegar, porque isto, porque aquilo, porque aquele outro. Porque vai pegar em todas as áreas, inclusive na sua, essa é a realidade. Sempre vai haver aqueles famosos 1% que não serão afetados pela revolução da MTPE, mas não vá contando com isso. As probabilidades são de que v'ocê caia nos 99% que não vão escapar. Por isso, aprenda a lidar com MTPE e pronto 
  2. O volume de serviço vai diminuir. Aliás, já está diminuindo. Está cheio de gente matando cachorro a grito por aí. Se você quiser se manter com serviço, encare a MTPE e aprenda a lidar com ela.
  3. O volume de serviço vai aumentar. Por outro lado, o volume se de serviço vai aumentar, porque o custo total da tradução vai cair o que automaticamente vai criar um aumento na demanda — sem falar no fato de que a crescente globalização vai exigir cada vez mais traduções.
  4. O aumento vai compensar a redução? Espero que sim.

…mas vou ficar por aqui hoje, para me manter no padrão canônico de 200-300 palavras por postagem. A semana que vem volto ao assunto. Até lá!

Comentários

  1. É vdd prof. Danilo, situação complicada a nossa...

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  2. Obrigado pelo comentário, Lilian. Mas não me chame de "professor", porque não sou prefossor de coisa nenhuma: sou só um tradutor aposentado.

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  3. Pois é, Danilo. Quem não se adaptar vai seguir o caminho dos datilógrafos e dos acendedores de lampião.

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  4. Verdade! Espero realmente que o volume aumente. Já ando trabalhando mais horas para ganhar o que eu ganhava antes ou menos. Só fico em pânico às vezes de pensar em uma possível transição de carreira aos 43 anos, não muito nova para o mercado de trabalho, porém ainda longe de me aposentar.

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  5. Não sou tradutora, até pensei em seguir essa carreira, mas todo o meu ser é professora, não sobra nadinha para sentar em frente ao computador e seguir por horas traduzindo! No entanto, sempre segui seus conselhos, assisti a palestras e a "lives". Parabéns pelo trabalho e pelo ensino certeiro, mesmo aposentado! As tecnologias estão afetando todas as profissões, inclusive a minha, depois da pandemia, então, a coisa mudou muito, basta ver o fechamento e a diminuição de oferta dos cursos "físicos" de idiomas. Mas como já estou velhinha na carreira, sigo demasiadamente humana, na troca de olhar e da palavra. O "dindim" diminuiu, mas a chama segue acesa! Em sala de aula todos os dias, inclusive hoje, sabadão, quando dei uma aula de duas horas, parte de um curso sobre a obra de Clarice Lispector! Parabéns, sempre!

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  6. Digitei um comentário longo que não consegui publicar. Concordo que as mudanças estão aí! Sigo em sala de aula como professora, acreditando na troca do olhar e da palavra.

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